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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Guanandi, um excelente negócio

Taxonomia
Família: Clusiaceae
Gênero: Calophyllum
Espécie: Calophyllum brasiliensis

Madeira muito utilizada no Brasil pelas comunidades tradicionais desde o período imperial e muito popular em outros países da América do Sul e do Caribe, podendo substituir o Mogno (Swietenia spp.) e o Cedro (Cedrela spp.) esteticamente.


Nomes populares

No Brasil – Guanandi, Olandi, Galandim, Jacareúba(Amazônia), Gulande-carvalho, Guanandi-carvalho, Guanandi-cedro, Landim.
No exterior – Alfaro, Arary, Bari, Cachicamo, Cedro Maria, Cojón, Garrapato, Maria, Ocuje, Palo Maria, Santa Maria.

Ocorrência Natural

Latitude: 18ºN em Porto Rico a 28o10’S no Brasil, em Santa Catarina.
Variação altitudinal: de 5m, no litoral das Regiões Sul, Sudeste e Nordeste a 1.200m de altitude no Distrito Federal. Fora do Brasil, atinge até 1.500m de altitude.

Características gerais

Altura de 20-40m, com tronco de 40-60 cm de diâmetro. Em algumas regiões pode alcançar até 150 cm de DAP. O tronco é geralmente reto e cilíndrico.

Distribuição geográfica

Calophyllum brasiliensis ocorre de forma natural na América Central e América do Sul.
No Brasil, a espécie ocorre nos seguintes estados:
Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins, Distrito Federal.

Clima

Precipitação pluvial média anual: de 1100mm a 3000mm.
Deficiência hídrica: estação seca até 3 meses, com déficit hídrico moderado na região Centro – Oeste.
Temperatura média anual: 18°C a 27° C

Solos

O Guanandi ocorre naturalmente em solos aluviais com drenagem deficiente, em locais úmidos periodicamente inundáveis e brejosos, com textura arenosa a franca, e ácidos (pH 4,5 a 6,0). Por outro lado ocorre também naturalmente em solos bem drenados, onde sofreu intensa exploração.

Nos plantios experimentais desenvolvidos pela Embrapa Florestas, no Paraná – em solos com propriedades físicas adequadas, como de fertilidade química alta a média, bem drenados, de textura que varia de franca a argilosa – a espécie tem apresentado crescimento satisfatório, não apresentando limitação quanto à drenagem.


Características da madeira
Moderadamente pesada (densidade 0,62 g cm-3), fácil de trabalhar, moderadamente durável quando exposta. Possui a cor variando entre o róseo-acastanhado ao bege-rosado, tendendo para o castanho.

Possui cerne e alburno pouco distintos pela cor; cerne bege-rosado tendendo para castanho, em alguns espécimes observa-se pequenas manchas longitudinais de coloração castanha mais escura; cheiro e gosto imperceptíveis; densidade média; moderadamente dura ao corte; grã irregular; textura média; superfície lustrosa.

A madeira é própria para confecção de canoas, mastros de navios, vigas, para construção civil, obras internas, assoalhos, marcenaria e carpintaria; o governo imperial reservou para o estado o monopólio de exploração dessa madeira em 1810 para uso exclusivo na confecção de mastros e vergas de navios, sendo, portanto a primeira madeira de lei do país (lei de 7 de janeiro de 1835).

A árvore é bastante ornamental, podendo ser empregada no paisagismo em geral. Os frutos são consumidos por várias espécies da fauna, sendo, portanto útil no reflorestamento misto de áreas ciliares degradadas.

É uma madeira amplamente usada nos trópicos depois do Mogno e Cedro para movelaria em geral, para embarcações e construções de luxo, se tem usado como chapa na Guatemala. Foi usada pelos Mayas para construção.

Também é usada como madeira estrutural, construção interna e externa, carpintaria em geral como portas, janelas, pisos, gabinetes de primeira classe, forros, adornos, postes e estacas, torneados, instrumentos musicais ou parte destes; pisos para plataforma de caminhões, carrocerias, degraus de escadas e corrimões, artesanatos, dormentes de ferrovias.


Construção civil

– Leve interna estrutural: ripas e partes secundárias de estruturas.
– Leve interna decorativa: lambris, painéis e forros.

Mobiliário

– Alta qualidade: revestimento (lâmina) de móveis decorativos e móveis finos, tampos de mesa e balcões.

Outros usos da madeira e subprodutos da espécie

Folhas faqueadas/laminadas decorativas, barris de vinho, ofurôs, montantes de escadas singelas e extensíveis, embalagens, construção naval, instrumentos musicais, pontes, pisos de taco e tabuado, decks.

O látex extraído do tronco do Guanandi tem aplicações medicinais e sua semente produz, em média, 40% de óleo vegetal puro, que pode ser destinado à indústria cosmética e de biodiesel.

Existem estudos em desenvolvimento avançado pela Tropical Flora do óleo vegetal extraído de sua semente que deixam claro a qualidade do mesmo. Podemos citar comparativamente o óleo de Tamanu, o qual é extraído da semente de outra árvore muito semelhante da mesma família e gênero (Calophyllum inophyllum, nome popular - Kamani). Esse óleo já é muito utilizado em diversos cosméticos ao redor do mundo, como sabonetes, shampoos, óleos hidratantes, etc.

A empresa brasileira Phytoervas já utiliza o óleo de Tamanu para a fabricação de alguns desses produtos, utilizando matéria prima toda importada para esse fim, por não existir fornecimento em escala comercial no Brasil. Esse é um mercado atrativo que se abre aos produtores de Guanandi, os quais podem gerar receita com a venda da semente, a qual pode ser coletada a partir do terceiro ano após o plantio.


Desenvolvimento da espécie no Brasil
A Tropical Flora Reflorestadora possui plantios próprios desde 2003 na região de Garça, interior de São Paulo e foi a primeira empresa a iniciar plantios em escala comercial dessa espécie de madeira nobre tropical. A região possui clima quente/úmido no verão e ameno/seco no inverno, apresentando 2 a 3 meses com pouca ou nenhuma chuva (recebe, em média, 1200 mm de chuva por ano). Nessas condições o Guanandi tem apresentado um ótimo desenvolvimento. Foi escolhida pelas excelentes características silviculturais e pela comprovada qualidade de madeira.
O Guanandi é plantado em países da América Central, como a Costa Rica, há mais de 15 anos, onde apresentou crescimento satisfatório, sendo documentado em diversas teses de estudo realizadas pela OET (Organización de Estudos Tropicales) e CATIE (Centro Agrónomico Tropical de Investigacion y Enseñanza), algumas delas utilizadas como base estudo para o desenvolvimento de plantios no Brasil pela Tropical Flora.
Além de plantios comerciais no estado de São Paulo, foram implantados projetos em outras regiões do país, como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Bahia e Paraná, os quais apresentam bom desenvolvimento silvicultural.
O fator limitante encontrado pelo Guanandi nos locais de plantio foi a pouca resistência a geadas freqüentes no início do seu desenvolvimento (2 primeiros anos). Fora isso se adapta bem em diversos tipos de solo e clima, respondendo bem ao bom manejo silvicultural, sendo uma espécie pouco suscetível a pragas que inviabilizem o plantio.
O corte final do Guanandi é previsto ente o 18º e o 20º ano e os desbastes para o 6º, 12º e 15º anos. O rendimento de madeira estimado é de 300 m³ de madeira em tora por hectare.
Em pesquisas realizadas no mercado, o valor do metro cúbico da madeira de Guanandi se aproxima muito do Mogno e Cedro Rosa, aos quais ele é comparado em estudos científicos realizados pelo IBAMA, UNESP, entre outras instituições.
Em virtude da existência de plantações de Guanandi com diversas idades e do bom conhecimento da silvicultura da espécie, foi construído o cenário de crescimento com base em dados reais de plantações existentes na América Central (Petit & Montagnini 2004), onde o ciclo de rotação estimado para o Guanandi em plantações comerciais determina o máximo rendimento, bem como o volume comercial esperado na colheita é apresentado aos 18 anos, com média de 296m3 por hectare plantado, altura média de 18 à 20m e diâmetro médio à altura do peito, de 40 à 45 cm.

Em virtude de aplicações de técnicas modernas de implantação e manejo silvicultural, as plantações no Brasil da Tropical Flora Reflorestadora mostram uma superação de 10 a 20%, se comparado às plantações da mesma idade na América Central.
 
Bibliografia consultada

PETIT,B. MONTAGNINI, F. 2004. Growth equations and rotation ages of ten native species in mixed and pure plantations in the humid neotropics. Forest Ecology and Management (in press)

LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brail. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

CARVALHO, P. E, R. Espécies Arbóreas Brasileiras. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica; Colombo, PR: Embrapa Florestas, 2003.  
  

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