Transgênicos19/05/2015 – “Medo dos transgênicos tem os dias contados”. A frase é do doutor em Bioquímica e Biologia Molecular pela Universidade de Valência, na Espanha, José Miguel Mulet, que criticou o que chama de “ecologismo de salão” pela forma acrítica na qual têm atuado alguns ambientalistas. Mulet afirma que os produtos transgênicos passam por muito mais controles do que outros produtos.
“Existem casos de cultivos não transgênicos que têm causado problemas de toxicidade e tiveram que retirá-los do mercado. Se fala mal dos transgênicos em geral, mas cada caso é particular. Os organismos modificados passam por controles para que não possam hibridizar com espécies selvagens. Mas, ao final, todas as coisas que nos dão para comer são artificiais e não poucos podem hibridizar, como já aconteceu com algumas variedades de milho não transgênico”, disse o especialista.
Mulet destaca também que só por um alimento ter o selo de ecológico não quer dizer que ele seja melhor para o meio ambiente.
“Na Alemanha se consomem abacaxis ecológicos produzidos na Costa Rica. Ou verduras cultivadas em estufas de plástico em Almería (Andaluzia, Espanha). O impacto na forma de emissões de CO2 em seu transporte é muito pior do que o que teria ao produzi-la de forma não ecológica, mas em um local mais próximo. Alguns produtos usados pela agricultura ecológica com o alúmen e o sulfato de cobre empregado como fungicida são altamente contaminantes”, explicou.
Ele prevê que os benefícios da tecnologia no futuro devem começar a ser sentido pelos consumidores, não só pelos produtores, e também o fim do medo dos transgênicos. “Haverá uma oferta cada vez maior de espécies, como frutas e verduras exóticas. Quando as pessoas se derem da quantidade de cores, cheiros e sabores que podem oferecer, ele vai comprar sem medo. Ademais, permite produzir trigo para celíaca, tomates com antioxidantes que previnem câncer, carne com menos colesterol”, disse Mulet.
Fonte: Agrolink / Adaptado por CeluloseOnline