Techs é a sigla para “Tolerância de Clones de Eucalipto a
Estresses Hídrico e Térmico”. Térmico, basicamente, a gente quer dizer
geada.
Há muito tempo a gente sabe que há uma diferença muito grande no
comportamento dos clones pelo Brasil, tanto é que cada região tem o seu
clone predileto. Só que o entendimento de porque é que este clone aqui é
melhor que o outro clone, e na outra região o outro clone é melhor do
que este, ainda é desconhecido da comunidade científica. A gente sabe
que é uma relação genética e interação genótipo/ambiente. E por que é
importante conhecer isso? É importante conhecer porque se eu entender o
que é que faz esse clone ser superior ao outro nessa região, eu posso
usar esse conhecimento como uma ferramenta de melhoramento genético.
Então para essa região eu vou procurar essa característica para os
clones futuros. Então isso dá um potencial de acelerar o nível de
seleção de material no Brasil e de produtividade. Do ponto de vista do
conhecimento da produtividade no Brasil, e com o tamanho que o país tem
de área, pra gente mapear o Brasil, fazer um zoneamento em termos de
produtividade, nós precisamos dizer: você quer a produtividade do Brasil
mapeada para que clone? Então fica difícil responder, porque é muito
variável depender do clone. Com esse conhecimento que o Tech vai
propiciar, nós vamos poder fazer esses mapeamentos do Brasil. Então, o
que é o Techs? O Techs é uma composição de 26 empresas florestais do
Brasil, que vão instalar, em 2011-2012, 34 ensaios pelo Brasil todo,
indo desde o Pará, com a Jari Florestal, até, na verdade, o Uruguai.
Duas empresas do Uruguai entraram no projeto, então nós temos Rio Grande
do Sul e Uruguai. Então passando por todos os estados que vão desde o
Pará até o Uruguai, nós vamos ter os clones mais plantados no Brasil, os
18 clones mais plantados no Brasil em todos esses locais.
E o que é que
vai acontecer? Vai acontecer que, à medida que nós formos conhecendo
como é que esses clones se desenvolvem em todo o território nacional – e
ao longo desse período nós vamos determinar porque é que esse clone
está crescendo mais ou menos em cada local, medindo não só o diâmetro e
altura das árvores, mas também o índice de área foliar, a alocação de
carbono para a raiz e o crescimento do sistema radicular – ao final nós
vamos ter ferramentas de tomada de decisão silvicultural e tomada de
decisão de melhoramento que vão ser tremendas. Então a gente está
entendendo que realmente vai poder criar um novo patamar de conhecimento
na silvicultura nacional. Porque hoje as empresas trabalham de certa
forma isoladas, fazendo os seus mapeamentos de produtividade, mas esse
está sendo um verdadeiro projeto integrador, onde 26 empresas,
concentrando esforços, através do Ipef, que é o Instituto [de Pesquisas
Florestais] que está coordenando esse trabalho, de responder de uma vez
só para os melhores clones do Brasil, os 18 melhores clones do Brasil,
as suas habilidades em respostas ambientais, que a gente chama de
interação genótipo-ambiente. Então esse é o Projeto Tchs, em pouco tempo
vai ter uma home page, já está sendo preparada, e a gente gostaria até
de fazer uma chamada, porque esse projeto nós estamos chamando de
Plataforma Experimental. Qualquer pesquisador do Brasil, de qualquer
universidade, é bem-vindo a integrar esse projeto e participar num
desses ensaios que seja mais próximo à sua universidade. É um projeto
aberto, que busca conhecimento brasileiro (e uruguaio também) sobre
eucalipto e sua relação com o ambiente.
Painel Florestal - Em quanto tempo nós vamos ter resultados preliminares?
José Luiz Stape - Bem, os plantios basicamente vão ser feitos de janeiro a março e eu acredito que em meia rotação, que seria basicamente em três anos, sairiam os primeiros resultados mais palpáveis do projeto. Falar alguma coisa muito precocemente, com um, dois anos, seria muito cedo, mas na meia rotação – isso seria então em 2016 – acredito que nós já vamos ter resultados bastante concretos do que está acontecendo com esses materiais no Brasil e no Uruguai.
Painel Florestal - Toda a condução dessas florestas vai ter o mesmo padrão de tratamento, adubação...
José Luiz Stape - Isso. O projeto se baseia em estudar a variabilidade climática e edáfica em termos de qualidade física do solo. O Brasil tem uma tecnologia de fertilização bastante avançada. Então, hoje em dia a fertilização não é mais um elemento de dúvida. As empresas basicamente sabem adubar, e vários testes têm mostrado que elas estão adubando muito bem. Não está tendo resposta se você colocar mais fertilizante do que o usado comercialmente. Então, houve um nivelamento, todas as áreas vão ter o mesmo nível de fertilidade, ou seja, garantir que a planta não esteja em estresse nutricional, e o estudo se concentra então no estresse hídrico e térmico, de que a gente não tem controle. E aí, a genética tem um papel fundamental, porque é a única forma de contornar o estresse hídrico e e térmico. E é por isso que nós temos que entender como é que a genética trabalha.
Veja a entrevista completa em vídeo:
Painel Florestal - Em quanto tempo nós vamos ter resultados preliminares?
José Luiz Stape - Bem, os plantios basicamente vão ser feitos de janeiro a março e eu acredito que em meia rotação, que seria basicamente em três anos, sairiam os primeiros resultados mais palpáveis do projeto. Falar alguma coisa muito precocemente, com um, dois anos, seria muito cedo, mas na meia rotação – isso seria então em 2016 – acredito que nós já vamos ter resultados bastante concretos do que está acontecendo com esses materiais no Brasil e no Uruguai.
Painel Florestal - Toda a condução dessas florestas vai ter o mesmo padrão de tratamento, adubação...
José Luiz Stape - Isso. O projeto se baseia em estudar a variabilidade climática e edáfica em termos de qualidade física do solo. O Brasil tem uma tecnologia de fertilização bastante avançada. Então, hoje em dia a fertilização não é mais um elemento de dúvida. As empresas basicamente sabem adubar, e vários testes têm mostrado que elas estão adubando muito bem. Não está tendo resposta se você colocar mais fertilizante do que o usado comercialmente. Então, houve um nivelamento, todas as áreas vão ter o mesmo nível de fertilidade, ou seja, garantir que a planta não esteja em estresse nutricional, e o estudo se concentra então no estresse hídrico e térmico, de que a gente não tem controle. E aí, a genética tem um papel fundamental, porque é a única forma de contornar o estresse hídrico e e térmico. E é por isso que nós temos que entender como é que a genética trabalha.
Veja a entrevista completa em vídeo:
FONTE - Painel Florestal
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